UM HOMEM, UMA HISTÓRIA, UM LEGADO


O que fazer quando não se tem mais um pai para dar presente, abraçar e desejar um feliz dia dos pais? Fiquei pensando sobre isso, porque não tenho mais meu pai e como desejaria tê-lo para dizer “pai eu te amo”! Mas para quem não tem mais o pai, só resta lembranças. Lembranças de um homem que me fez feliz, trabalhou duro para que eu pudesse reconhecer o seu valor e principalmente, sentir sua falta.

Um homem que em meio a muitas dificuldades soube criar seus filhos e ensiná-los valores que os daria condições de viver nesse mundo sem ter que se envergonhar, embora muitas das vezes não tenha seguido todos os seus conselhos. Um homem que trabalhava de sol a sol para colocar o alimento dentro de casa, um homem que enquanto viveu ensinou aos seus filhos a palavra de Deus.

Uma história sofrida de alguém que foi criado num regime cruel sem diálogo, sem conversa, sem carinho. Alguém que quando contava sua história chorava, estudou três anos, que para um homem da roça que trabalhava com lavouras de café e roçados estudou muito. Alguém que vestiu sua primeira calça cumprida feita de pano de saco de açúcar aos 17 anos, jovem que nunca soube o que era brincar, que até mesmo depois de casado estava preso ao sistema do pai. Alguém que teve que terminar de criar os irmãos porque o pai depois de desistir da esposa, também desistiu dos filhos mais novos. Uma história triste do meu pai que ouvi muitas vezes e que dizia que isso não se repetiria com seus filhos.

Um legado “Nunca diga que não sabe fazer uma coisa sem primeiro tentar fazer por várias vezes”. Juracy Siqueira Barbosa (in memorian).

 

 

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