“A INFLUÊNCIA DE AMIZADES ERRADAS FOI O FATOR NO QUAL ME LEVOU AO MUNDO DA CRIMINALIDADE”.


Minha primeira visita a uma cadeia se deu quando ainda era adolescente, fui visitar um amigo da família. Essa visita ficou marcada em minha vida, pois eu não sabia o que era uma cadeia. Ao passar por vários pavilhões cheguei a um lugar onde os presos estavam tomando “banho de sol”, ao encontrarmos o amigo da família que estava preso por tráfico de drogas, ele me abraçou e disse muitas coisas que marcaram minha vida.

Ainda hoje me lembro de suas palavras dizendo o seguinte: “Anderson, eu sou o pior exemplo do mundo para você, minha vida é uma vergonha, mas pelo amor de Deus me escute! Nunca se envolva com o crime, não use drogas, não siga meu exemplo, obedeça a seus pais”.

Quando fiz essa entrevista com Pedro Barros Alho, lembrei daquele momento. Leia esse testemunho, compartilhe, ele pode evitar que alguém tome decisões erradas. Um segundo de decisão errada pode trazer conseqüências para toda a vida.

Meu nome é Pedro Barros Alho, casado, nascido em Cametá, município do estado do Pará, tenho 37 anos, fui sentenciado a 31 anos de prisão, já cumpri 14 anos e me encontro preso na penitenciária de Americano I.

A minha infância graças ao Senhor meu Deus e aos meus pais que são evangélicos, foi uma época boa, tranqüila e feliz.

A influência de amizades erradas foi o fator no qual me levou ao mundo da criminalidade e também a vontade exagerada do meu coração para conhecer e experimentar a face do crime. O crime é utopia; o crime é ilusão e fantasia; o crime aparentemente no início é bom, mas o fim é duro e lamentável.

O inicio da minha prisão foi muito triste, infeliz e angustiante. Ao decorrer do percurso da minha caminhada na cadeia eu passei por inúmeros problemas e dificuldades. Passei por três rebeliões dentro dos presídios por onde passei, graças a Deus sou testemunha viva para contar minha história e meu testemunho.

Fui preso no dia 11 de abril de 1996. Infelizmente, demorei para aceitar que Jesus  é o caminho, a verdade e a vida. Duro e lamentável é endurecer o coração para a voz de Deus. Em 2001 comecei a ler a palavra de Deus, aí conheci a verdade que só Jesus podia me libertar de tudo.

Ao aceitar e reconhecer que Jesus Cristo, o caminho, a verdade e a vida, o que era anátema tornou-se benção. Jesus transformou a minha vida, modificou a minha maneira de agir, proceder e viver, aí começou uma nova vida para mim e minha esposa. Deus é fiel e justo para conosco, hoje sou muito feliz junto de minha esposa, nos casamos dia 1 de maio de 2010, graças a Deus estou muito feliz na presença de Deus. Nada nos separa do amor de Cristo.

Agora vou permanecer firme com Cristo crescendo cada vez mais e mais na graça e no conhecimento da palavra de Deus ao lado de minha esposa e meus filhos e minha mãe os quais eu amo muito. Meu sonho é escrever um livro contando tudo sobre minha vida antes e depois do crime para mostrar as pessoas o que Deus fez em minha vida.

O crime é utopia, o crime é ilusão e fantasia, o crime é um breve momento, Jesus é eterno. Se muitos lerem essas poucas palavras pensem duas vezes antes de fazer alguma coisa de errado para que não venha e nem pensem em passar pela cadeia. Aqui é um lugar onde o filho chora e a mãe não vê, se vê chora também.

Foi através do trabalho do Seminário Batista Equatorial que eu vim a ter mais entendimento e sabedoria da palavra de Deus. Sou feliz por participar do curso básico de teologia aqui no presídio e pretendo ir até o final trabalhando na igreja aqui nesta casa penal.

Pastor Anderson Resende Barbosa

ULIANÓPOLIS-PA UM DESAFIO MISSIONÁRIO


Ulianópolis um desafio missionário. A cidade tem uma população de aproximadamente 36.020 (trinta e seis mil e vinte) habitantes. E a previsão, é que esse número já tenha aumentado em 2010, pelo fato do surgimento de outras colônias dentro do município. (fonte: IBGE). Em Ulianópolis todo o ano ocorre a festa “O Agrofest Milho”, e nesse ano a cantora evangélica Eyshila foi a convidada para a festa.

Na cidade há várias igrejas, pentecostais e neo-pentecostais, umas pequenas, outras grandes outras só de passagem. O município é novo e está crescendo muito, precisa de mais de um trabalho Batista naquela cidade. A Congregação Batista que ali se encontra precisa de apoio. Perguntei aos irmãos qual era a maior necessidade deles e eles disseram que no momento precisa de um obreiro que more na cidade para estruturar a igreja.

Os irmãos precisam de apoio na área de evangelismo, necessita-se urgente de um projeto com as crianças do bairro. Como a cidade está crescendo precisa-se urgente de abrir outros trabalhos em bairros em desenvolvimento na cidade que não se encontra nenhum trabalho evangélico no local.

A congregação sofreu um choque com a doença “G12” que dominou a igreja mãe deles, porém eles não foram infectados com essa doença, hoje só contam com apoio da COBAPA que tem enviado missionários constantemente àquela congregação e arcado com todas as despesas. Nos dias 12 e 13 de junho estivemos trabalhando com aqueles irmãos, procurando visitar cada irmão, orando com eles, estimulando-os a continuarem com obra de Deus naquele lugar e desafiando-os a avançar nos locais que não há trabalho Batista.

No domingo pela manhã ensinamos na Escola Bíblica Dominical, estudando sobre o culto racional a Deus da revista compromisso, penúltima lição baseada em Romanos 12.1-2. Havia algumas crianças, mas não há lugar para eles se reunir e nem pessoas capacitadas para trabalhar com elas. À tarde tivemos a oportunidade de pregar a palavra a algumas pessoas pessoalmente, creio que a semente foi plantada, o Espírito Santo está trabalhando na vida daquelas pessoas e creio que em breve estaremos colhendo os frutos. À noite pregamos para um grupo de aproximadamente 20 pessoas, alguns visitantes.

Ulianópolis um desafio missionário, responsabilidade de todos os Batistas Paraense.

Pastor Anderson Resende Barbosa
Bacharelando em Teologia FATEBE/STBE
Bolsista, Missionário JMN/COBAPA

O QUE NOS IDENTIFICA COMO CRISTÃOS?


A palavra cristão nasceu em Antioquia quando Barnabé e Saulo durante todo um ano reunia na igreja e ensinava a palavra de Deus naquela cidade, então naquele lugar pela primeira vez na história da igreja os discípulos de Cristo foram chamados de cristãos, (At. 11.26).

A igreja de Antioquia era missionária, enviou Barnabé e Saulo na primeira viagem missionária da história da igreja, conforme relata Lucas. Interessante é que o evangelho chegou a Antioquia por causa da perseguição que houve nos primeiros anos do cristianismo onde Saulo era o principal perseguidor, consentindo na morte de Estevão e na prisão e perseguição de muitos outros crentes.

O contexto não era somente de perseguição, mas também de fome em todo o mundo conforme nos informa as escrituras. Meio a isso identificamos um grupo que resolveu enviar socorro aos necessitados que morava na Judéia. Esse grupo é chamado de cristãos, pois não tinham preconceito, tantos judeus, gregos, bárbaros eram evangelizados.

O verdadeiro cristão não importa se será maltratado como aconteceu com muitos na época que Herodes reinava. Muitos morriam como foi o caso de Estevão, Tiago, Pedro e outros discípulos de Cristo que não se submeteram ao estado quando se tratava de privar os irmãos de anunciar o evangelho, visto que a lei era que não se pregasse o evangelho.

Penso que para ser cristão hoje devemos ser como Tiago que morreu, mas não negou o evangelho de Cristo não deixou de falar dos pecados da humanidade da sua época, de se levantar contra as mazelas do mundo, ou como o apóstolo Pedro mesmo estando preso sujeito a ser morto também, com as mãos e pés amarrados sabia que a obra era de Deus e Deus agiu na hora precisa enviando o anjo e o libertando da prisão para continuar a obra do Senhor.

Embora a lei do país fosse contra a pregação das verdades do evangelho, a igreja de Antioquia estava em oração, anunciando e sustentando os que tinham necessidades. Por isso eles foram chamados de cristãos, pois estavam dispostos a pagar com a própria vida para que a palavra de Deus fosse anunciada a todas as pessoas.

Havia mudança na sociedade, se o estado não suprisse a fome das pessoas os crentes se reuniam e supriam. Por isso eles eram chamados de cristãos. Se o missionário não tivesse condições de ir a outro país para anunciar o evangelho, a igreja se reunia e os enviava. Por isso eram chamados de cristãos.

O que nos define como cristãos? Como o mundo hoje identifica os seguidores de Cristo? A terminologia que eles dão aos crentes hoje poderia servir de identificação para nós? Os irmãos de Antioquia foram chamados de cristãos pelos inimigos do evangelho, não foram os discípulos que criaram esse termo.

No decorrer da historia da igreja os crentes receberam outros apelidos, como “protestantes”, “bíblias” e outros nomes. Hoje são chamados de que? O número dos que se dizem cristãos tem aumentado a cada dia, ser evangélico virou moda, mas isso tem trazido alguma mudança para a sociedade? O que nos identifica como cristãos?

ANDERSON RESENDE BARBOSA

ENTREVISTA NA PRISÃO. CRIME! UMA PALAVRA TÃO FORTE QUE TEM SIGNIFICADOS “SEM LIMITES”.



José Nazareno Santos Pontes, preso por assalto a mão armada, formação de quadrilha e porte ilegal de armas. O mesmo autorizou a divulgação dessa entrevista.

JNSP– O início de uma nova vida com Deus. Primeiramente agradeço a Deus a oportunidade de passar aos demais um pouco dos fatos ocorridos em minha vida. Agradeço a Deus por estar vivo e com saúde mesmo dentro de um cárcere. Antes de responder as perguntas quero dizer para quem ler as respostas abaixo que isso é só um pouco do que pode acontecer com aqueles que se envolvem no crime. Para aqueles que ainda não conhecem a Jesus Cristo, pensem antes de tomar qualquer decisão, pois muitas das vezes não tem volta. Venham para o caminho de Deus.

1- COMO ERA SUA INFÂNCIA E SUA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA?

JNSP– Minha infância! Sempre tive curiosidade de conhecer o mundo. tinha sonhos de um dia me tornar um marinheiro, estudava, obedecia meus pais e morava no interior. Aos doze anos saí do interior para ir morar na cidade, convite de minha avó. A partir de então começou a mudança em minha vida.

2- COMO FOI SEU ENVOLVIMENTO COM O CRIME?

JNSP– Crime! Uma palavra tão forte que tem significados “sem limites”. Dor, sofrimento, angústia, tristeza e para completar “CADEIA”. Comecei a fumar e a beber, me descontrolava muitas vezes quando consumia drogas até chegar ao ponto de me viciar e quando não tinha dinheiro partia para o crime, roubava. Não imaginava que ia acontecer o que aconteceu de vir parar nesse lugar.

3- COMO FOI QUE SE SENTIU AO SER PRESO?

JNSP– No ato pensei logo em meus filhos, minha família, pois sempre me avisavam e eu não dava ouvido, eles me diziam que um dia eu iria ser preso e eu nem aí. A partir daí reconheci que estava indo contra a lei, pois lei, autoridade foi constituída por Deus, me senti como um passarinho dentro da gaiola.

4- QUANTO TEMPO DEPOIS DE SER PRESO VOCÊ TEVE CONHECIMENTO DA PALAVRA DE DEUS?

JNSP– Dois meses depois. Na seccional aceitei a Cristo antes de ser transferido para o presídio.

5- O QUE DEUS FEZ EM SUA VIDA DEPOIS DA SUA CONVERSÃO?

JNSP– Agradeço a Deus, fumava há doze anos, parei graças a Deus, não sinto vontade de fumar, freqüentei o alcoólicos anônimos (AA) por 3 meses. Não preciso mais, pois Deus me libertou desse vicio, agora mesmo dentro do cárcere me sinto feliz, vocês podem até achar e  pensar que estou ficando louco, estou sim, muito feliz em saber que existe um Deus que me ama e que te ama também. Um Deus que cura, sara, salva e que faz muitos milagres em minha e em sua vida, esse Deus que tudo pode o Deus do impossível, o criador do céu de da terra.

6- O QUE PRETENDES FAZER AO SAIR DA CADEIA?

JNSP– Bom Deus me escolheu (I cor. 1.27) então, o que ele me ensinou e me ensina através da sua palavra (Bíblia) eu quero cumprir com o mandamento dele (Mc. 16.15) conforme “a vontade de Deus” e passar para as pessoas e dizer o que Deus fez em minha vida, pretendo pregar a palavra e ganhar almas para servirem e andarem nos caminhos desse Deus maravilhoso, bondoso, misericordioso.

7- PORQUE NÃO VALE A PENA O CRIME, E QUAL O SEU CONSELHO PARA QUEM AINDA VIVE NO CRIME?

JNSP– Primeiro é contra a lei, segundo é um caminho que muitas das vezes trás conseqüências piores do que parar atrás das grades. A pessoa vai para um lugar que não tem mais saída, estou sendo realista! O que posso dizer é que, se você não conhece ainda a Cristo, procure uma congregação mais próxima de sua casa, passe a freqüentar a casa de Deus e então você vai ver o que Deus pode fazer em sua vida. Conhecer a Deus foi a melhor decisão que eu já tomei em minha vida, aceitar a Cristo como meu único e verdadeiro salvador.

8- QUAL O SEU PONTO DE VISTA A RESPEITO DO TRABALHO DO SEMINÁRIO BATISTA EQUATORIAL NESTA CASA PENAL?

JNSP– Primeiramente agradeço a Deus por tudo. Agradeço ao Dr. Paul Lambach, ao pastor Anderson e aos demais irmãos em Cristo Jesus. Esse trabalho é excelente para desenvolver o entendimento e o conhecimento sobre a palavra de Deus (Bíblia). Em meios as muitas dificuldades que enfrentam para chegar aqui na casa penal, eu elogio muito esse trabalho que sei que vem da parte de Deus. Agradeço-lhes e vou orar para que Deus abençoe suas vidas suas famílias e a igreja batista, para que se multiplique para expandir esse trabalho não só nessa casa penal, mas em todas as cadeias do estado, do país e do mundo.

Hoje em dia me sinto transformado pelo poder de Deus, espero está muito em breve aí fora para anunciar o evangelho de Cristo. Muito obrigado Senhor Jesus por ter mudado o quadro da minha vida.

Que Deus abençoe a todos quanto lerem esta entrevista, que Deus acampe os seus anjos em suas residências. Amém! (centro de recuperação americano – CRA I).

“Elevo os meus olhos para os montes: de onde virá o meu socorro? O meu socorro vem do senhor que fez o céu e a terra”. (Sl. 121.1-2)

FALANDO SOBRE DROGAS (parte 1)


Por acaso em algum momento de sua vida alguém já lhe ofereceu algum tipo de drogas? Para muitos é esse o momento de uma longa “viagem” de dependência, sofrimento, perdas, angustia e solidão, basta o primeiro contato com as drogas e não conseguem mais parar.

Certa vez conversando com um senhor já idoso sobre drogas, ele me disse que era viciado, embora nunca tivesse bebido fumado ou experimentado qualquer tipo de drogas, disse que ao ver as pessoas bebendo sentia um forte desejo quase que incontrolável de beber também mesmo sem nunca ter experimentado a bebida. Por esse motivo nunca experimentou, pois sabia que o dia em que bebesse pela primeira vez, talvez não conseguisse mais deixar de beber.

Muitos experimentam as drogas ainda adolescentes, é uma forma que encontram de não serem excluídos de um determinado grupo e de sentir igual aos outros integrantes do grupo. Paradigmas precisam ser mudados em relação aos usuários de drogas. Os dependentes de drogas precisam ser tratados como pessoas doentes que necessitam de ajuda e não como bandidos. Essa é uma grande dificuldade para muitos pais. Portanto, é necessário que se trate desses assuntos com os filhos ainda bem cedo.

As pessoas não vêem o mundo da mesma forma, a mulher não vê o mundo da mesma forma que o marido, os filhos não vêem da mesma forma que os pais, é preciso diálogo entre pais e filhos para que os pais saibam o que filhos pensam, sentem e vivem. Por isso, o melhor é que os pais conversem com seus filhos sobre drogas desde a infância, isso modificará o comportamento delas quando estiverem adultas.

A tendência de muitos pais ao descobrir que seu filho é usuário de alguma droga, é de total brutalidade e ignorância, causando medo e impossibilidade de diálogo. Na verdade o caminho deve ser inverso, primeiramente não deve fingir que nada está acontecendo, é necessário conversar com o filho sobre as drogas e suas conseqüências; em segundo lugar tratar a pessoa como uma ovelha negra da família só piora a situação, e por último não se envergonhar do problema, mas buscar todos os recursos possíveis para ajudar o dependente na recuperação.

Se há alguém na sua família passando por esse problema lembre-se que o diálogo pode ser a melhor forma de mostrar ao usuário a necessidade de buscar tratamento. “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a Ele” (Rom. 12.2, NTLH).

Anderson Resende Barbosa

(UNIFESP, Registro 13782)

CURSO: “Fé na Prevenção- Prevenção do uso de Drogas em Instituições Religiosas e Movimentos Afins”

A CRUZ DE CRISTO


RESUMO DO LIVRO A CRUZ DE CRISTO

STOTT, John / A cruz de Cristo /John Stott: Tradução João Batista- São Paulo: Editora vida, 2006.

Ao falar sobre a obra “A Cruz de Cristo” Jonh Stott, relata um quadro de Holman Hunt. Percebe-se, que nesta obra ele destaca o quanto os Pré-Rafaelitas têm a fama de serem sentimentais. Holman, diz que a sombra de Jesus projetada na parede de sua carpintaria é “a sombra da morte”. Destacando assim, o objetivo e a missão de Jesus aqui na terra. Percebe-se que numa cultura cristã, a cruz é colocada em vários lugares, ela é repetida por palavras e símbolos, questiona-se, se realmente as pessoas tem o mundo como perda, e se gloriam somente na cruz.

Ao longo da história pode-se perceber que todas as religiões e crenças têm um símbolo visual para exemplificar um aspecto importante de sua crença. O cristianismo também tem seu símbolo, mas nem sempre foi apresentado como uma cruz, também não foi o primeiro símbolo, como é hoje, um símbolo universal. A prática da crucificação é inventada pelos bárbaros, um dos métodos mais cruéis de condenação, com  objetivo de fazer com que o réu sofra bastante, e talvez por dias. Os romanos escolheram esse método para poderem condenar os assassinos, rebeldes, ladrões, ou pessoas sem posição legal ou social.

Para os judeus morrer numa cruz ou madeiro, não tinha diferença, para eles, essa pessoa era maldita, e era difícil para eles aceitar que o Messias de Deus, morreria sob essa maldição, que era o madeiro. A centralidade da cruz teve origem na própria mente de Jesus, Ele estava ciente que era necessário que isso acontecesse, Jesus estava ciente de que veio ao mundo com esse propósito, e que isso deveria se cumprir em sua vida. Quando Pedro censura Jesus com relação a sua morte, ele é repreendido severamente por Jesus, pois, o comentário negativo de Pedro era de procedência satânica. Jesus deixa claro para sua mãe e seus discípulos que sua hora ainda não havia chegado, mas quando Jesus chega à Jerusalém pela ultima vez Ele diz “É chegada a hora de ser glorificado o filho do homem” (pg. 22).

A morte de Jesus estava certa, Ele sabia que isso ia acontecer não no mesmo sentido de que as pessoas sabem que morrerão um dia, mas que sua morte era de forma cruel e sofredora, por isso, sua alma estava angustiada, pois, seria contado com os transgressores. O que importava para Jesus era que se cumprisse o que estava escrito, embora fosse angustiante pensar no que haveria de acontecer, mas ele pagou esse preço para o resgate de muitos, Jesus decidiu cumprir o que estava escrito acerca do messias, por mais doloroso que fosse. O que dominava a mente de Jesus não era viver, mas dar vida. Embora Ele soubesse que devia morrer, não morreria por ser uma vítima indefesa, mas porque de livre vontade abraçou o propósito do Pai com o fim de salvar os pecadores, como a escritura havia revelado.

A maldição dos homens recaiu sobre Jesus, pois todo que fosse condenado a morrer pendurado no madeiro era considerado maldito, e desta forma Jesus carregou o pecado da humanidade, sobre aquele madeiro no qual fora crucificado. Os cristãos judeus estavam sendo perseguidos para renunciarem a Cristo e voltarem ao judaísmo, percebe-se que o autor da Epístola aos Hebreus faz um tratado teológico para mostrar aos cristãos judeus que Jesus é superior aos anjos, a Moisés, aos sacerdotes, pois, sendo acima de todos, derramou o seu próprio sangue para remissão dos pecados da humanidade.

Para João o cordeiro é mais do que o Salvador de uma multidão, “Ele é retratado como o Senhor de toda história” (pg. 31). Jesus partilha com o Pai do governo soberano. Toda essa autoridade que Cristo tem, O qualifica para fazer isso, é a sua cruz, e por intermédio desta cruz, onde fora derramado o “sangue do cordeiro”, o povo de Deus pode vencer todas as mazelas deste mundo que vem sobre eles, pois este povo tem servido ao “Senhor dos senhores e Reis dos reis”. Percebe-se que Jesus foi morto como criminoso e revolucionário este foi o veredicto dos detentores da lei na ocasião, mas os evangelistas mostram que as acusações e as testemunhas eram falsas e que a morte de Jesus foi um grande erro judicial. Nota-se que nos evangelhos não se descreve o processo da crucificação, mas tem outros documentos contemporâneos que relatam com exatidão como eram feitas as crucificações na época. O réu era despido e humilhado à vista de todos, depois era forçado a deitar de costas no chão, e pregado na cruz, e logo depois de colocado a cruz em pé em um buraco, ali ficava por dias, com dor, fome, frio, calor, até morrer.

Entende-se que toda essa crueldade de Pilatos era com o objetivo de manter os judeus sob seu total controle, portanto, ele usava desses meios com objetivo de suprimir qualquer tumulto ou ameaças de motim. Pilatos estava ciente que Jesus era inocente, percebe-se que por três vezes ele declarou que Jesus não tinha culpa nenhuma, mas Pilatos, também estava interessado em agradar os judeus e os seus dirigentes judaicos. Percebe-se que quando Jesus se dirige a Pilatos, ele diz que as pessoas que o entregaram a Pilatos, maior pecado tinham, e Pedro é bem claro com relação a isto em seu discurso em Atos 3: 12-15. Os judeus não estavam contentes com Jesus porque Jesus contrariou as suas tradições, visto que estas tradições tomaram o lugar da escrituras. Outro fator culminante foi à forma como Jesus referia a eles; hipócritas, guias de cegos, sepulcros caiados.

Percebe-se que a autoridade de Jesus ameaçava os judeus, então, a inveja que eles tinham de Jesus foi outro ponto forte para que eles O entregassem.  Alguns defensores de Judas dizem que se Jesus teria de morrer, alguém teria que traí-lo, portanto, Judas não teria tanta culpa assim. Quando Jesus estava com os discípulos ele ensinou muito sobre cobiça, e que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, percebe-se que Judas era um homem ganancioso e ladrão, portanto, ele traiu Jesus de livre vontade. É importante também observar que não foram somente os sacerdotes, por causa da inveja, ou Judas por causa da ganância, nem somente a ambição de Pilatos, mas toda a humanidade participou, portanto, todos são culpados.

Percebe-se que a morte de Cristo está relacionada com o pecado da humanidade, logo, isso significa que Cristo morreu por causa do pecado de cada pessoa, essa morte que o homem sofre não é uma causa natural, mas uma punição por causa do pecado. Jesus poderia ter evitado a morte, porque a morte é uma punição do pecado. Portanto, entende-se que Jesus Cristo sendo sem pecado, não tinha nenhuma necessidade de morrer, “Jesus pensava em sua morte como sendo um sacrifício do Antigo Testamento” (pg. 61). Logo, Jesus estava preocupado com seus discípulos após sua morte, e isto está claro em sua oração. Jesus roga ao pai por ele, pelos seus discípulos, para que eles se mantivessem em unidade e comunhão, também, Jesus orou por aqueles que viriam a crer Nele através da mensagem dos apóstolos. Nota-se que naquele momento que Jesus estava orando, clamando pelos discípulos, pela humanidade, em profunda agonia e consternação, os discípulos se encontravam dormindo, percebe-se que por três vezes Jesus os encontrou dormindo. Entende-se que naquele momento de grande sofrimento que Jesus estava sentindo, não era por causa das chicotadas, dos ludíbrios, do desprezo dos homens, da dor que sofreria na cruz, mas, do foto, de ser ele responsável em tomar o cálice, pois ele sabia que aquele cálice não lhe seria tirado, ele tinha que beber, por mais amargo e doloroso que fosse o cálice, Jesus estava disposto a fazer a vontade do Pai, e cumprir o propósito de Deus em salvar os pecadores, mas para isso seria impossível sem a morte do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Percebe-se, que este sofrimento de Jesus, foi de pensar que levaria o pecado do homem, e a ira de Deus, maior agonia foi, quando na cruz, concretizava aquilo que ele já estava sofrendo por antecipação.

A dor sofrida na cruz foi demonstrada por amor aos homens, onde, pediu ao Pai que os perdoasse, porque eles não sabiam o que estavam fazendo. Percebe-se que naquele momento Jesus escolheu salvar os homens do que a si mesmo, através da sua morte estabeleceu uma nova aliança entre Deus e a humanidade. Como já fora dito, o que enviou Cristo para a cruz não foi Judas, nem os sacerdotes, tampouco, Pilatos, mas, toda a humanidade com sua ganância, inveja, covardia e todos os tipos de pecados. Portanto, o que se espera do homem é que se sinta vergonha de si mesmo, pois Deus poderia ter abandonado o homem, para perecer, ao invés de Cristo. Contudo, ele demonstra amor, ao dizer “tudo está consumado”, basta somente ao homem, se humilhar aos pés da cruz, confessar que é pecador, e que não merece nada a não ser o castigo, e dedicar a sua vida em agradecer a Jesus pelo amor e perdão completo e gratuito.

Percebe-se que Jesus com sua iniciativa padeceu na cruz o juízo que o homem deveria padecer, para dar ao homem o perdão, que ele não merece. Essa é a gravidade do pecado, todos os termos usados para pecado no Novo Testamento; amartia, adikia, poneria, parabasis, e anomia, todos, estão falando de corrupção ou perversão de caráter. Pois, cada pecado cometido pelo homem é de fato quebra do primeiro mandamento, falta de reconhecimento do Senhorio de Deus, falta de amor. Percebe-se que o homem é muito egocêntrico e quando ele peca, assim como no principio, o objetivo é de se livrar de Deus, tornar-se igual a Deus. “Pecado não somente é a tentativa de sermos Deus, mas também a recusa de sermos homem, afastando, assim, a responsabilidade de nossas ações” (pg. 91).

Nota-se que é necessário que o homem tenha consciência de que é responsável pelas suas ações, isso faz parte da sua honra. Percebe-se que a responsabilidade o faz reconhecer o seu pecado e sua culpa diante de Deus, com isso, ele recebe também o perdão de Deus, e passa a ter a alegria da salvação, se tornando ainda mais, completamente humano, e saudável.  Entende-se que o pecado do homem causa separação de Deus, separação que impede Deus de ouvir as orações, o homem se torna indigno de estar na presença do Senhor. Percebe-se que somente através da graça de Deus, o homem pode ter esse acesso a Deus. Deus não tolera o pecado, o pecador não pode chegar-se a Deus, sem impunidade. Portanto, é necessário que o pecador se arrependa, se humilhe, abandone o orgulho, e assim passará a conhecer Deus. Nota-se que a cada dia tem se tornado cada vez mais difícil os homens terem esse entendimento, até mesmo dentro das igrejas, as pessoas tem perdido o respeito e o temor de Deus. Quando, a pessoa é de fato transformada por Deus, reconhece o estado de pecado, reconhece que merece o inferno, neste ponto existe uma transformação verdadeira.

Percebe-se que quando se desenvolve a questão da satisfação pelo pecado, não se pode considerar que essa satisfação foi sobre algum tipo de disputa com o diabo, nem tampouco uma negociação. A satisfação era para si mesmo, pelo modo de salvação que cria; pois Deus não se contradiz. Cristo entregou à morte, não como divida, mas espontaneamente pela honra de Deus. Percebe-se, então, que a lei de Deus foi satisfeita pela obediência perfeita de Cristo durante a vida. Deus tem zelo pelo seu nome, e não trata o homem segundo o seu pecado, e nem retribui ao homem conforme as suas iniqüidades, visto que Deus é compassivo, e grande em misericórdia e fidelidade. Percebe-se que sempre quando Deus procede dessa forma, é por amor do Seu nome, e sempre age segundo o Seu nome, para que o homem saiba que ele é  Senhor Deus. Nota-se que Deus jamais se contradiz, ele age de forma coerente absoluta com a perfeição do seu caráter. Deus na sua infinita misericórdia desejou perdoar os homens, descarregando sua ira sobre seu Filho, castigo esse que os homens merecem sofrer.  Percebe-se que esta noção de substituição em que uma pessoa toma o lugar de outra, um ato de nobreza. Desde o antigo testamento houve substituição, onde uma vida era poupada outra sacrificada no seu lugar, “a vida de uma vítima inocente pela a vida do ofertante pecador” (pg. 125).

No Antigo Testamento é claro a questão da substituição, onde as pessoas teriam que “levar o pecado”, não existia nenhuma simpatia com relação aos pecadores, também não era sofrer conseqüências sociais ou pessoais, mas, sofrer a sua penalidade, e carregar o castigo das suas iniqüidades. Como sangue de animais não podia expiar os seres humanos, foi necessário que Cristo morresse, pois somente o sangue de Cristo tem o valor suficiente para perdoar os pecados dos homens. Percebe-se, então, que aquele que não tinha pecado, foi feito pecado no lugar das pessoas, para resgatá-los da maldição da lei, Cristo morreu sem pecado em substituição dos pecados dos homens. Essa substituição resultou em abandono da parte de Deus, onde o filho estava de acordo para que se tornasse possível a salvação.

Com a morte de Deus em Cristo, tudo mudou, entende-se, que, se isso não tivesse acontecido, não haveria propiciação, redenção, justificação, nem reconciliação. A propiciação é uma iniciativa de Deus, não do homem, nem mesmo de Cristo, mas de Deus, sua ira não é desviada por alguma dádiva externa, mas pela dádiva de si mesmo para sofrer a morte dos pecadores. Percebe-se, que, “propiciação, enfoca a ira de Deus a qual foi aplacada pela cruz” (pg.157). Agora, o homem é comprado, resgatado da cruz, por Cristo, é importante observar que esse resgate, é um pagamento de um preço, e esse preço foi a sua vida, onde a vida do homem é confiscada e a Sua crucificada. Entende-se que o homem, agora comprado, ele pertence a Deus, por ter sido criação, pela redenção e pela habitação, pois, comprado por Cristo não tem o direito de ser de mais ninguém. Percebe-se que pela graça de Deus o homem é transformado, aceito por Deus, tornado novo, no qual o homem passa desfrutar da situação de justo. Entende-se, então, que a salvação não é por mérito humano, mas segundo a sua misericórdia.

A justificação não é uma declaração de que as pessoas ruins são boas e em momento algum elas deixam de serem pecadoras, mas, estão livres da responsabilidade com relação à lei quebrada. Por outro lado Deus estava em Cristo reconciliando o homem com o povo judeu e também com ele mesmo. Entende-se que nas quatro imagens apresentadas, foi Deus em seu infinito amor, que propiciou a sua ira, livrando o homem de ter de tomar o seu cálice, redimiu o homem da escravidão, comprando pelo seu precioso sangue, justificou os miseráveis pecadores da sua responsabilidade, e reconciliou o homem por intermédio de Cristo, da inimizade contra Deus.

Percebe-se que a gloria de Deus, foi demonstrada de varias formas à humanidade, no Egito, na Babilônia, e também ao mundo através da morte de Cristo para que o homem fosse justificado e Ele glorificado. Entretanto a cruz que parecia vergonha era de fato gloria, onde o filho do homem fora glorificado. Essa é a verdadeira demonstração da glória e do amor de Deus, onde satisfez sua ira e amor, justiça e misericórdia. Percebe-se que Jesus sempre referia a esse momento como o momento de Glória, “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem”(Pg.184), “Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado nele”(Pg.184). Para o Apóstolo Paulo, esse momento era de demonstração do caráter e da justiça do amor de Deus. Com relação à justiça percebe-se que ela foi revelada no evangelho, foi formulada, e continua sendo revelada no evangelho sempre que o evangelho é anunciado.

Tudo o que Deus fez ao homem é manifestação do seu amor, amor que não se tem condições de explicar, mas de conhecer pelo fato de ter Cristo dado a sua vida pela humanidade, mesmo sem merecimento, pois o que o homem merecia era castigo, morte, e a ira de Deus e não o amor. Nota-se então na cruz a síntese do seu amor, onde ela é vista como uma demonstração do próprio amor, com um objetivo exclusivamente para a salvação da humanidade. A sabedoria e o poder de Deus, sabedoria essa que o mundo não conhecia, que para sábio e entendido é loucura, mas para os que crêem poder de Deus.

ANDERSON RESENDE BARBOSA

SEM A PRESENÇA DE DEUS NADA VALE À PENA!


Gostaria de apresentar uma pequena entrevista realizada no mês de maio de 2010 com um detento, fruto do projeto evangelístico do Seminário Teológico Batista Equatorial trabalho na Casa Penal de Americano I (CRA-I, Santa Izabel-Pa), onde estamos todas as segundas-feiras desde outubro de 2008.

Altamir da Cunha da Silva está preso por assalto (roubo qualificado, art.157) e formação de quadrilha (art. 288), hoje é servo do Senhor Jesus e responsável pelo trabalho Batista naquela cadeia.

ARB- Como era sua infância e sua relação com a família?

ACS- “Cresci em meio a uma família arruinada, aos 8 anos fui lançado nas ruas e aos 12 fui adotado, aos 18 anos exerci minha primeira obrigação como cidadão, o serviço militar. Em 1993 constituí família e responsabilidades, lutas e frustrações, porém tinha a esperança de ser feliz, custasse o que custar. Trabalhei para grandes empresas como segurança pessoal e patrimonial. Até então, um homem, pai de dois filhos lindos! Pai de família, profissional cidadão idôneo”.

ABR- como foi seu envolvimento com o crime?

ACS- “Após anos de dedicação a família fui surpreendido por grande traição, a infidelidade conjugal, ato que me colocou em uma “lampulheta” e fui forçado a tomar várias decisões precipitadas. Pouco tempo depois passei a viver com prostitutas, perdi o valor pela vida familiar e achei prazer em más companhias, como assaltantes, estelionatários, homicidas e traficantes”.

ARB- com se sentiu quando foi preso?

ACS- “Meses antes da minha prisão perdi vários “amigos” uns para a morte e outros para a cadeia. Não imaginava que o mesmo poderia acontecer comigo, fui preso no dia 09 de agosto de 2008 às 06:00 da manhã. Ao acordar 02 minutos antes, minha primeiras palavras foram; “amor (minha atual esposa) aconteça o que acontecer, não esqueça que eu te amo”. Foi a última frase antes do cerco e invasão da polícia. Tudo o que eu pensei foi: “perdi, caiu a casa”.

ARB- Há quanto tempo depois de ser preso você teve conhecimento da palavra de Deus?

ACS- “Meus primeiros dias na prisão foram muito difíceis, porem minha esposa me cobrava para que eu tivesse um encontro com Jesus, todas as visitas ela me falava das maravilhas que ele estava fazendo em minha vida, porém eu estava cego. No dia 1 de setembro de 2009 eu estava com meus parceiros de cela, quando as 03:00 horas recebi o “ultimato” de Deus, tive várias convulsões acompanhadas de uma parada cardíaca, desde aquele momento eu só chorava e pedia a Deus para não deixar que eu morresse. Jesus  atendeu meu pedido e me restituiu a vida”.

ARB- o que Deus fez em sua vida depois da sua conversão?

ASC- “Após converter-me a Jesus tudo mudou em minha vida, meu ponto de vista quanto a sociedade organizada, meu comportamento, minha vida conjugal, financeira, familiar e principalmente espiritual. Reencontrei minha família depois de 20 anos. Hoje sou mais que vencedor, pois Jesus deu-me uma linda esposa, serva do Deus altíssimo. Jesus é o caminho à verdadeira felicidade!”

ARB- O que pretendes fazer quando sair da cadeia?

ASC- “Hoje sou cooperador na obra do Senhor e estou determinado ao ministério cristão. Quero ser usado para salvar vidas evangelizando da mesma forma que ele me salvou. Vou voltar a sociedade sem dívidas e como representante do Reino de Deus. Trabalhar e viver honestamente servindo a Deus em oferta viva de corpo, alma e espírito.”

ARB- porque não vale a pena o crime? E qual o seu conselho para quem vive no crime?

ASC- “A vida do crime fascina muitos néscios que não a conhecem, porém nada é comparada a realidade quando se trata da “vida” no cárcere. Portanto, o crime só representa dor, sofrimento, solidão, vergonha, humilhação e espancamentos seguidos de mortes prematuras que nem sequer entram nas estatísticas da violência, portanto o crime nunca compensou, não compensa e “NUNCA” jamais compensará. Sem a presença de Deus nada vale à pena!”

Amados, há muitos outros detentos convertidos e estão fazendo a obra de Deus naquele lugar. Pessoas que mataram, roubaram, e fizeram outras coisas que as pessoas sem Cristo fazem dominadas por satanás, hoje estão sendo discípulos de Cristo, verdadeiros missionários. Eles estão pagando pelo crime que cometeram, e conseqüentemente, sendo instrumentos usados por Deus para levar a palavra de salvação.

Eles precisam de apoio e oração. Devemos vencer o preconceito, o medo, o orgulho e fazermos alguma coisa para que essas pessoas consideradas indignas pela sociedade saibam que Cristo morreu por elas. O Senhor nos diz na sua palavra que veio buscar e salvar os que se haviam perdido. Eu creio, e tenho visto isto a cada dia.

O amor pela obra de Deus e pelos presos da Casa Penal de Americano I (CRA-I, Santa Izabel-Pa), tem nos motivado a cada segunda feira pela manhã a irmos para aquele local e compartilharmos do amor de Jesus a eles. Mesmo que a sociedade não reconheça isso, nós servos de Cristo escolhidos por Deus para levar a palavra a todas as pessoas, cumprimos com o nosso dever e fazemos isso por obediência a palavra de Deus, crendo que a palavra transforma, pois se não crêssemos nisso não estaríamos ali.

Anderson Resende Barbosa

Bacharelando Teologia FATEBE/STBE

“O ORGULHO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE A NOSSA VIDA”.


Um homem orgulhoso está sempre olhando para baixo sobre coisas e pessoas, e, naturalmente, enquanto você estiver olhando para baixo, você não pode ver algo que está acima de você” (C.S. Lewis).

Desde muito cedo na história da igreja o orgulho tem trazido algumas dificuldades para o meio cristão. O Apóstolo Paulo, nos exorta com relação a esse sentimento causador de males no meio dos irmãos. Ao escrever ao jovem Timóteo, no capítulo 6:17, aconselha  Timóteo a ensinar aos irmãos ricos que não fossem orgulhosos, e ao escrever aos Romanos, no capítulo 12:16, diz que os crentes deveriam ter o mesmo sentimento uns para com os outros, e em lugar de serem orgulhosos, que fossem humildes.

A palavra de Deus ensina que o orgulho não é uma coisa boa. É interessante observar que esse sentimento é considerado como um dos sete pecados capitais. Até mesmo para o mundo o orgulho não é colocado como uma coisa boa. Infelizmente, no meio cristão tem muito desse sentimento que destrói, corrói, dói. “Há pessoas que nunca se despem do seu orgulho. Até ao recordarem os seus erros fazem-no com rapidez” (Paul Masson).

Reflita um pouco sobre sua vida, questione a você mesmo, até que ponto o orgulho tem te influenciado, e lembre-se, que a palavra de Deus não ensina ser orgulhoso. Mas, se quiser ser obediente a palavra de Deus, verá que o Senhor nosso Deus ensina a humildade.

O orgulho impede as pessoas de amar, pois estão preocupados consigo mesmas. Penso que de forma alguma o orgulho deve ser uma influência na vida dos irmãos. Espero que esse sentimento destruidor possa sumir do meio cristão e passar a existir somente a humildade verdadeira. “A falsa humildade é puro orgulho” (Blaise Pascal).

ANDERSON RESENDE BARBOSA

Bacharelando em Teologia, FATEBE/STBE.

SOU FELIZ PORQUE FAÇO PARTE DA FAMÍLIA DE DEUS


Quando criança, eu e meu irmão tínhamos uma tarefa bem cedo todos os dias, buscar leite para nossos irmãos menores, na época fazia-se “contrato de leite”, o lugar era longe, aconteceu algumas vezes de deixarmos a garrafa cair e tudo estava perdido, então começava o choro, não pelo leite derramado, mas por causa do “coro” que íamos tomar ao chegar em casa sem leite. Algumas vezes fugíamos para os cafezais e só retornávamos com a promessa de não apanhar.

Como é boa a lembrança do tempo de criança, mesmo em circunstância em que apanhávamos por derramar o leite. Lembro-me o quanto era bom estar com a família reunida no café no almoço e no jantar. Tínhamos outro costume em família que era fazer o culto pela manhã e a noite, os cultos demoravam e dormíamos e nosso pai dava um tapinha na mesa e todos ficávamos atentos.

Como era bom falar com o pai e com mãe pela manhã, acordar do lado dos irmãos, trabalhar juntos, ir para a escola e para igreja. Os anos se passaram, mudamos do estado Espírito Santo para o Estado do Pará.  O trabalho na roça sempre foi motivado pelos ideais do meu pai de se tornar grande produtor de café e de ter uma boa criação de gado.

Não tinha muitos sonhos, antes de me tornar evangélico desejava ser padre. Na região em morávamos raramente ia padre a igreja em que pertencíamos. Das vezes que ia igreja ele se hospedava em nossa casa, eu e meus irmãos achávamos maior barato, pois as hostes que sobravam da reza ele nos dava para comer.

Bem, muitas das coisas que fizemos não passaram de utopia, não tivemos bons resultados com o café, e o gado só dava para suprir nossas necessidades. Decidi dar outro ruma a minha vida, fui tentar a “sorte” em Belo Horizonte, mas não agüentei muito tempo.  Longe da família, sem referêncial, sem formação, perdido como filho pródigo, vivi longe de casa, andei de cabeça baixa por muito tempo envergonhado das coisas erradas que fiz, depois de sofrer bastante resolvi retornar para minha família.

Arrependido retornei para casa e também para a igreja, tempos depois liderei a juventude da igreja e passei a ensinar na EBD, envolvi na obra de Deus, pregando na igreja, abrindo frentes missionárias. Começamos um trabalho evangelístico na casa do meu pai, nos reunimos debaixo de uma árvore no terreiro da nossa casa, residência simples, feita de lasca de açaí e barro cru. A cobertura do nosso local de reuniões era as folhas das árvores, os bancos eram de pau roliço e tabuas tiradas de motosserras.

Confesso que foi a melhor igreja que frenquentei em toda minha vida, no terreiro da minha casa, junto com todos meus familiares eu e o pai intercalávamos as pregações sendo uma vez dele e outra minha. Muitos de nossos vizinhos se converteram e continuam sendo benção na obra de Deus.

O sonho do meu pai era ter um local mais confortável para nossas reuniões semanais, as quartas-feiras e aos domingos à tarde, para dar uma melhor referencia batista naquele local, mas não tínhamos condições e nem a igreja também poderia construir.

Como estava envolvido no trabalho evangelístico a igreja me fez um desafio de assumir a igreja Batista Betel, na vila Caracol na Rodovia Santarém-Cuibá, pois havia muito tempo que a igreja estava sem obreiro. Foi um desafio e tanto, porém não fui sozinho. Na época o pastor Elderson Mezzomo tinha terminado o primeiro ano do seminário, trancou o curso por um ano para ajudar aquela igreja.

Prestes a completar um ano que estava sem ver minha família meu pai sofreu um acidente de moto e tudo que eu queria era estar perto dele. Não demorou muito, pouco dias que retornei para casa, meu pai faleceu. Não voltei mais para igreja, a dor era indescritível, decidi ficar com minha família.

A lembrança que tenho mais forte de meu pai é do dia em fui pedir a ele para sair de casa novamente, mas dessa vez para a obra do Senhor. Ele estava serrando uma madeira, todo suado, cheio de pó, largou imediatamente o motosserra encheu o peito e expressou toda a sua felicidade por causa daquela notícia.

Como filho mais velho assumi as responsabilidades de casa, valeu os ensinos do meu pai, a persistência dele em pregar o evangelho para mim, eu fui o último a aceitar Jesus. Dois anos depois da sua morte eu casei e disse a minha esposa que um dia iria para o seminário me preparar melhor para ministério.

Eu tinha certeza que Deus me queria na obra, mas não tinha coragem de assumir essa responsabilidade, certo dia eu tive a oportunidade de ouvir o pastor Waldomiro Tymchak pregar, e na hora do apelo missionário eu fui chorando à frente dizendo que estava disposto a ser usado pelo Senhor. Terminei o ensino médio e vim para o seminário.

Muitas coisas mudaram em minha vida, eu aprendi a viver na dependência de Deus. Vim para o seminário sem conhecer ninguém, sem dinheiro, mas confiante que Deus ia suprir minhas necessidades e de fato supriu. Deus usou muita gente para nos abençoar, os da igreja que nos enviou os de outras igrejas que só vieram a nos conhecer só dois anos depois, e outros que não tem nenhuma relação com nossas igrejas batistas, mas tem compromisso com o Reino de Deus.

Sinto muita saudade de minha família, dos amigos que deixei em minha cidade, em compensação fizemos vários outros amigos que tem sido pai, mãe e irmão. Meu pai não me viu pastor, mas teve a alegria de me ver envolvido na obra do Senhor. Aconteceram coisas em minha vida que jamais imaginaria que iria acontecer.

Minha preocupação maior em vim para o seminário era em relação a minha esposa e filhas, como vou sustentá-las, vestí-las, porém o senhor me respondeu em Mateus 6.24-34. Confiei no Senhor e nunca passei uma necessidade sequer.

Estou concluindo o seminário, pastoreio uma congregação dois meses depois que cheguei em Belém desde 03 de março de 2007. Em novembro de 2009 passei a ser bolsista da Junta de Missões Nacionais, e ao terminar o curso de teologia estarei no quadro de missionários da JMN.

No meu ultimo ano do seminário só tenho que preocupar com minha família, mensalidade e aluguel a JMN paga. Sou feliz, mesmo vivendo longe de meus irmãos e minha mãe, sinto saudade da igreja que me enviou ao seminário, graças a Deus conquistei outras amizades, pessoas que nos amam de todo coração, mesmo sem conhecer nossas origens e sem nenhuma relação familiar. Sou feliz porque faço parte da família de Deus. Por isso não choro o leite derramado.

ANDERSON RESENDE BARBOSA

APARTAI-VOS DE MIM, MALDITOS, PARA O FOGO ETERNO, PREPARADO PARA O DIABO E SEUS ANJOS.


Uma das coisas que me causa angustia é saber que pessoas ouvirão no juízo final da boca de Jesus em alto e bom som, as duras palavras, “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt. 25.41). Muitas dessas pessoas tentarão justificar seus feitos religiosos, dizendo que expulsaram demônios, curaram, pregaram, mas nada disso adiantará, ouvirão de Jesus que nunca os conheceu, logo, nunca pertenceram ao povo de Deus.

O que levam essas pessoas a dizer que estão pregando e curando em nome de Cristo? Muitos “pastores, bispos e apóstolos” prometem resolver as necessidades das pessoas carentes sem contudo, falar-lhes de arrependimento e transformação de vida, tendo como discurso somente as necessidades materiais dos fiéis.

Estamos passando por um sério problema, as igrejas que mais cresce são os que estão na mídia alcançando todas as casas. O Pr. Waldomiro Motta, pioneiro do trabalho Batista na Bolívia dizia “enquanto a verdade é levada por lombos de burros ou de carros, a heresia vai de avião e é propagada pela TV, como verdade”. (FERREIRA.  Teologia da Igreja . JUERP 2001). Por mais que sejam religiosos, seus objetivos principais é enriquecer e serem famosos.

Percebe-se que o povo está carente, louvado seja Deus porque alguns conseguem ver a verdade (os Bereianos) e saem do meio nocivo. Voltando a minha tristeza que disse no começo das pessoas que ouvirão um “apartai-vos”. Jesus ao falar sobre isso disse! A preocupação de vocês não é relação aos enfermos, aos presidiários, aos sem vestes, aos famintos, aos drogados, nada fizeram para restaurar o homem das mazelas do pecado.

Porem haverá outro grupo que ouvirão, vinde benditos, porque se preocuparam com os outros, tiveram compromisso com Deus, tiveram arrependimento e fé, e conseqüentemente viveram na prática das boas obras. Pessoas que cuidaram dos enfermos, dos presidiários, dos sem vestes, dos famintos, dos drogados fizeram o que podiam para restaurar o homem das mazelas do pecado.

Não acredito no evangelho que convence as pessoas a venderem seus bens e dar à igreja em troca de receber muito mais. O mundo está mudando, os valores estão mudando, seus oficiais estão cada vez mais sem crédito, e desvio de dinheiro, sonegação de impostos , pedofilia, mentiras, subornos e tudo que não presta.  O mundanismo no meio religioso está crescendo. Se na igreja tem roubo, suborno, pedofilia, prostituição.  O homossexualismo também quer entrar.  Homossexualismo é pecado? As outras coisas também são.  Homossexualismo fere os princípios cristãos e se não se arrependerem ouvirão também o “apartai-vos de mim”.

O inferno não foi preparado para o ser humano, não é da vontade de Deus que as pessoas vão para esse lugar, por isso ele enviou seu filho Jesus para restaurar os homossexuais, os pedófilos, os ladrões, mentirosos, os falsos pastores. Não precisamos de justificativas diante de Deus Ele dirá aos seus naquele dia, vinde para o reino de meu pai, pois, o que vocês fizeram aos necessitados fizeram a mim.

O apóstolo Tiago diz que “assim como corpo sem o Espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta”. O Senhor nos chamou a arrependimento e fé, somos salvos pela graça, não pelas obras, mas para praticar as boas obras. Isso inclui o amor aos perdidos não somente os irmãos em Cristo.

ANDERSON RESENDE BARBOSA

BACHARELANDO EM TEOLOGIA FATEBE/STBE